fonte
EN Logo Amaggi

A agricultura digital é uma área em constante evolução e está se tornando cada vez mais importante para a segurança alimentar do mundo. E nos últimos anos, as mulheres assumiram um papel cada vez mais importante nesse setor. Elas lideram a inovação tecnológica e criam soluções para melhorar a eficiência e a sustentabilidade da agricultura.

Com a utilização de tecnologias como a inteligência artificial, a internet das coisas e a robótica, essas mulheres contribuem para gerar novas oportunidades para a agricultura como um todo e, assim, aumentar a segurança alimentar global. Mas não para por aí.

As mulheres no agronegócio estão desafiando estereótipos de gênero e superando barreiras históricas. De acordo com um estudo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, com base dados da PNAD Contínua, em 2022, o número de pessoas do sexo feminino em postos de trabalho no setor cresceu quase 3,5%, em comparação à uma ligeira queda de 0,27% no número de trabalhadores do sexo masculino.

Nesse sentido, as mulheres estão abrindo caminhos para a equidade e a igualdade de gênero em um setor que, historicamente, é dominado por homens. Ao fazer parte da inovação, elas também inspiram outras jovens mulheres e estudantes a seguir esses passos, explorando o potencial da tecnologia na agricultura.

A Fundação André e Lucia Maggi (FALM), por exemplo, promove a qualificação profissional de jovens mulheres por meio de uma parceria com o curso de Agrocomputação da Fatec Senai Mato Grosso. A FALM concede bolsas de estudo e auxílio financeiro a jovens de 18 a 25 anos e durante esse projeto já presenciou a formação de mulheres bolsistas na área.

Então que tal conhecer algumas das jovens que já fazem a diferença na área e se inspirar?

Karinna de Oliveira – Coordenadora de Agricultura Digital (AMAGGI)

Graduada em 2019 em Engenharia Agrícola e Ambiental pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Karinna iniciou no mesmo ano na AMAGGI, maior empresa produtora de grãos e fibras do país, como Líder em Agricultura Digital. Em 2022, chegou ao cargo de Coordenadora de Agricultura Digital e hoje atua na Fazenda Primavera, em Nova Independência (MT). 

Segundo ela, “a representatividade feminina no setor ainda é pequena, mas eu penso que esse é o principal motivo que pode nos encorajar a, cada vez mais, buscar ser representadas aqui dentro, sejam em cargos estratégicos ou técnicos. O setor também está em crescente demanda por mão de obra e cabe a nós conquistar esse espaço”. 

“Tem a ver com a forma com que acabamos tendo que nos posicionar no dia a dia, enquanto mulheres, para transmitir a mesma credibilidade dos homens. Mas isso também é um divisor de águas, pois uma vez estabelecida essa credibilidade, criam-se laços de confiança que favorecem muito no desenvolvimento das atividades”, afirma Karinna. 

Joyce Rodrigues – Líder em Agricultura Digital (AMAGGI)

Engenheira Agrícola e Ambiental pela Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), Joyce possui pós-graduação em Biotecnologia. Ela iniciou na AMAGGI em 2022, como Assistente Técnica de Agricultura Digital, na Fazenda Tanguru. Antes mesmo de completar um ano de empresa, foi promovida para o cargo atual. Hoje, ela atua na Fazenda Tanguru, em Querência (MT).

“Quanto mais mulheres estiverem à frente do agro, mais a gente se sentirá fortalecida e incentivada a continuar nessa caminhada. E eu vejo que a AMAGGI incentiva mulheres a ingressarem nesse meio, além de tomarem frente na gestão e na liderança. Então, tudo sso mostra que a gente tem a mesma capacidade de inovação que os homens”.

Ela também acompanhou de perto o estágio do estudante Flávio Damascena, bolsista da FALM do curso de Agrocomputação, na Fazenda SM1. Para ela, oportunidades como essa contribuem para o crescimento profissional. “No meu caso, tudo o que eu sei eu aprendi com colaboradores, operadores e com a gestão”.

Dayane Pina – Assistente Técnica em Agricultura Digital (AMAGGI) 

Formada em 2021 no curso de graduação tecnológica em Agrocomputação, da Fatec Senai, em Rondonopólis (MT), Dayane foi bolsista da FALM. Ela ganhou um certificado Áurea pela faculdade como melhor aluna do curso no ano e hoje atua como Assistente Técnica em Agricultura Digital na AMAGGI.

De acordo com Dayane, a formação e a capacitação de mulheres nas áreas STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) contribui muito para aumentar a participação feminina no setor. “As mulheres podem atuar com operação de máquinas e voos com drones, até análises de dados por meio de telemetria ou instalação de sensores e tecnologias voltadas para inteligência artificial. Então o céu é o limite, mas é importante buscar uma formação. Todas essas áreas têm crescido e precisam de mulheres”.

Para ela, a representatividade feminina também implica na inovação e no desenvolvimento tecnológico do país. “Percebo que as mulheres estão cada vez mais por dentro das tecnologias digitais e mais abertas para processos de capacitação. E nós buscamos automatizar atividades e utilizar as tecnologias de uma forma eficiente, com um olhar diferenciado nas tomadas de decisão. Assim, toda essa representatividade implica diretamente no desenvolvimento do país”.

Bônus: Estudantes de Agrocomputação da Fatec Senai

Alessandra Rubia, bolsista da FALM

Alessandra ingressou no curso em 2021 e hoje já atua como Trainee de Geoprocessamento no IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), em Cuiabá. “Pra mim, o curso tem sido inovador, porque antes eu via mais a agricultura convencional, com trabalhadores que operavam máquinas que exigiam muito mais esforço, e quando eu entrei no curso eu vi um mundo novo, que unia o agro à computação. E agora estamos caminhando para algo ainda maior que é a robótica, o que é muito emocionante”.

Segundo ela, infelizmente, no setor agrícola, as pessoas ainda têm dificuldade de enxergar as mulheres como líderes, especialmente em áreas técnicas ou científicas, mas existem caminhos para superar isso. “Nós temos habilidades e conhecimentos valiosos para oferecer e essas barreiras devem ser combatidas, promovendo igualdade de gênero e um ambiente de trabalho mais inclusivo e justo, e também incentivar a diversidade, com políticas inclusivas. Portanto, a gente precisa entender que a mulher pode e deve estar onde ela quiser”.

Elohiza Leite, bolsista da FALM

Elohiza entrou para o curso de Agrocomputação em 2022. Em 2023, ela teve a oportunidade de realizar um estágio na Fazenda Itamarati, em Campo Novo do Parecis (MT). “No curso, a gente aprende, na teoria, como reconhecer uma planta como sendo uma leguminosa ou oleaginosa. Mas aqui no campo a gente vê tudo na prática. No dia a dia da fazenda sempre tem muitas operações e isso me despertou uma paixão imensa pela profissão. O meu sonho é seguir nas áreas de telemetria e geoprocessamento”.

Para a estudante, apesar de ainda perceber que existe uma baixa participação feminina em postos de liderança, ela afirma que, na Fazenda Itamarati, essa presença é bem evidente. “Lá eu trabalhei com três grandes mulheres da agricultura digital. No meu curso, sei que tem mulheres bem compromissadas nessa área. E eu acredito que nós devemos ser bem representadas nessa próxima geração que está se formando e que vai atuar no mercado”.

Fique por dentro das novidades dos editais

    Aceito receber o contato da FALM e estou de acordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade da fundação.

    Você também pode gostar